terça-feira, 19 de maio de 2009

Roda Viva – domingo de maio – Porto Alegre

Já faz muitos meses que pretendo escrever sobre o Choque de Ordem. Mas como classifiquei como absurdas tantas das ações, acabo por não ver motivação. Os Neros se apresentam. No dia do jogo do Flamengo contra o Inter, ficamos todos espremidos em um bar da Tijuca. A limpeza das cidades, (que ocorre também sob o governo Fogaça) com o deslocamento do camelódromo em Porto Alegre, como certamente ocorre em outras áreas urbanas, responde a um desejo de ordem, disseminado como um desejo da opinião pública. Para embelezamento das cidades. O prefeito Eduardo Paes, tem na idéia de CHOQUE seu leitmotiv governamental. Ele atua como um jovem gerente moderno da segunda maior cidade do país. O discurso de Paes é pautado no choque de ordem, choque de gestão. Hoje particularmente ele está ao vivo , atacando o populismo vulgar que tomou conta do Rio de Janeiro. Desta forma, justifica a construção dos muros em favelas. Eduardo é o prefeito anti-bossa nova, o grande ordenador, o anti-esteta, o morador que assume seu coração suburbano para acusar os moradores da zona sul, o prefeito que odeia a sujeira de uma cidade que nunca se normalizou, e que tem sua identidade marcada exatamente por isto. Não se trata mais de um público, mas da administração da limpeza – limpa-se os camelos, as mesas dos bares, os botecos dos bairros.Enfim, Eduardo é a geração que tenho visto por aí: obssessiva por uma colocação, canibal, técnica, que pensa ser a competência a maior das habilidades necessários aos novos homens. Eduardo representa uma geração que não relaxa. Não sou freudiana, mas esta obsessão com choque e limpeza pode ser interpretada.

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