segunda-feira, 4 de maio de 2009

o MORRO NÃO TEM VEZ...E O QUE ELE FEZ JÁ FOI DEMAIS.

Em uma das idas a campo no Morro do São Carlos, um simpático dono de bar me contava das dificuldades em conseguir ritmistas atualmente. Criado em uma época onde em qualquer lugar se batucava, lamentava estas transformações. Vejo muitos estudos sobre as escolas de samba, poucos sobre estas aspectos. Nei Lopes, uma raridade, confesso que queria ler mais. Estou aqui neste exato momento pensando sobre comunidade, interações face a face e lugares como densidades afetivas. Reflito a partir do texto de Patricia Birmam no livro de meu querido orientador (quem me conhece sabe que esta seda é rara), Luiz Antonio Machado, ou simplesmente "Machado". O livro, Vida sob cerco trata do cotidiano das favelas cariocas. Para quem estuda o assunto, fica a indicação.
O fato que narraram em julho de 2008 é que as quadras de escola de samba estavam esvaziadas com exceção da Beija Flor e de certa forma da Mangueira. Um objeto de pesquisa tão central, principalmente para antropologia, esvaziado? Confesso que desci o Sâo Carlos ainda mais intrigada- e a pesquisa seguiu confirmando o que ali me narraram: uma geração que não tinha o envolvimento comunitário com o samba, o samba virando patrimônio a ser protegido e não reconhecido como " imaterial". O bloco Deixa Falar nasceu com este objetivo, segundo Flavinho. Ser um ponto de encontro para quem gostasse de bom samba. Imagino, como Zaluar já havia observado, que a escola de samba fosse um destes lugares afetivos. Quem sabe o principal em determinando momento? Bem, seguirei tratando disto, ainda devo o texto sobre gosto.

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