sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A MORTE DE PENÉLOPE


Lentamente ela começou o preparo
Dos perfumes, das danças e das memórias
A cada dia, tecia sua colcha de desejos
Não mais de espera,
Nem de guerra.

Na estrada, ele sorria, falava e contava casos aos viajantes
Era seguro ir por ali ao seu lado
Grande, altivo e bondoso

Mas suas memórias criaram formas em fogo
Cresciam, harmonizavam sua face
Escondiam suas tramas
Duplicavam seu sexo e negavam a voz de seu amor

E ela dançou furiosamente
Porque havia vida demais para queimar
E a terra apenas consumia seus sonhos