sábado, 17 de março de 2012

DESVIO ORIGINAL


Um copo cheio,
Mirando seu corpo,
Poderia senti-lo pulsar,
Como se a matéria se expandisse em minha direção
Todos os átomos vibram
Enquanto as bocas falam apenas de racionalidade
O tempo todo é meu erro
E meu desvio original
Construindo ilhas de paciência
Enquanto agonizo meu derradeiro final,
Porque se vou pela estrada,
Mais uma balada comum, de um coração partido
Tirando alegria de interações cotidianas, de saberes espalhados

Dois copos cheios
Um futuro incerto
Atirar-se atrás de energia

É vida que muda
E clave de sol
É vida que foi
E clave de sol

Ainda a espada, pois falta a ciência
Metade homem, metade piano
Metade mulher, metade soprano.
Metade nada
Não pode haver

Havia tanta corrida
E finalmente agora
Quem sabe o piano apareça aqui?
E um dia, metade alguma coisa, a voz possa surgir novamente
Livre da espada?

Nem só de Hegel vive o homem.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Silêncio

Seu sexo é doce
E chegou a hora de dizer
Que tenho mesmo pensado nisto
E talvez seja exatamente este lago limpo
Que faça meus pensamentos avançarem
Devorarem sua imagem
Para sempre bem longe de meus pecados
Meus vícios
Meu peso musical

Mas sua encenação é perfeita
Seu equilíbrio é desconcertante
E só posso escrever no escuro
Pulsar sobre o nada,
Pois toda a regra é um dogma
E teu recato é meu lamento,

Não quero vê-lo crescente sobre as ruas da Lapa
Nem quero que tome as armas da Guanabara
Minha imaginação apenas insinua
Que tens uma fogueira orbitando
Pela cidade