sábado, 27 de novembro de 2010

NEGROS
MAS É IMPOSSÍVEL DIZER O CONTRÁRIO
NO REGIME QUE VIVEMOS...
AS PALAVRAS.
AS PALAVRAS.
NEGROS
PODEM SER VISTOS
COM FUZIS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

NÃO É POSSÍVEL FALAR CONTRA AS UPPS

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

fatos do passado do IFCS-UFRJ

No segundo semestre do ano passado, a professora de Sociologia do
Desenvolvimento, Maria Luiza, reprovou dois alunos negros: Paulo
Ubirajara de Jesus (também funcionário da UFRJ) e outra que não quis se
identificar. Sob a alegação do pouco aproveitamento do curso pelos
referidos alunos e ao lado desta que a ‘Universidade não é lugar de preto
nem de pobre’. Convidou a aluna a ser doméstica em sua casa e orientou
o aluno no sentido de que ‘negros não nasceram para as profissões do tipo
intelectual’. Fosse ser operário
TESE DE :
Elizabeth do Espírito Santo Viana
Relações raciais, gênero e movimentos sociais:
o pensamento de Lélia Gonzalez
1970 - 1990

sábado, 17 de julho de 2010

sua vida

Das coisas que se acabam
Todos nos lembram a cada instante
Porque pensar em 2080?
A ficção não alcançou o ritmo lento do mundo
Nações
Povos
Todos presos aos instantes
De 70 anos
Um instante
De 89 anos
Um instante
Deste tempo
Apegado
Preso
Que poderia passar mas não passa
Porque queremos limitá-lo?
Dominar o tempo
Conservar o tempo
Todo o creme
Toda a mascará
Todo esforço
Não afasta a Dona Definitiva
Antes de vê-la
Não é a face que deve preocupá-lo
Mas sua vida
Seca
Úmida
Boa
Ardida
Sua vida
Violeta
Laranja
Úmida
Ardida
sua vida

PEQUENO

Seria outra vida
Sua vinda
Pequeno
Pequena
Pequena
Fora do esquema
Como já fora sua avó
E seu avô
Sua bisavó
Todos fora do esquema

NEGRAS

Claro que seria outra literatura
E ao invés do funk dos morros, um jazz de créole

Claro que seria inspiração e dignidade,
Se não fosse este apartheid

Negado mil vezes
Mil vezes mais vivo

Seria nossa literatura
Negra sobre as prisões nos navios e nas senzalas
Nas casas da tijuca e nos prédios da Barra

Seria uma arte
Quem sabe,
Nas paredes da sala

Pinturas do Egito
Dos incas
De terras sacudidas
Pela mão estranha do homem...

Claro que seria outra arte,
Não existe homem que negue
Nossa pele tem mil tons
Mas nossa poesia não.

BLUE NOTE



É porque você precisa abandonar o roteiro
Os relógios e mapas
E todo tipo de pista

Um corpo não pode solar
Valendo-se destes artifícios
Nem de paredes vermelhas
Ou qualquer tipo de papel assinado
Por vivos, mortos, zumbis ou sacerdotes.

Onde caem as notas,
Espaço
De cor indefinível e de espessura assombrosa

Mas não é de uma chave que precisas,
Pois não há porta

E nestes séculos todos,
Reaparecei para conduzi-lo
Mesmo assim, ainda preferes os instrumentos de rádio.

E assim ficamos mudos
Sem pontes,
Sem pares.
Sem azuis

jazz da BLAZZ PORTO ALEGRE

VISITEM NO YOU TUBE
http://www.youtube.com/watch?v=JCEtQIo2m2M
são meus amigos, tocam bem e vale a pena ouvir

ANGINA PECTORIS

Angina Pectoris

Do olho e do mar,
Escorre o mesmo sabor,
Salgado, ansioso,
Provável tempo de folhas
Do tamanho de teu peito
Angustiado,
Doce,
Ofegante.

Se fosse morte,
Se fosse estrada
Se fosse livro
Se fossem passas de uva....
Ainda assim seria teu peito,

Se fossem garras
Se fossem gritos
Se fossem perdas,
Se fossem confissões
Ainda assim seria teu peito

Se por fim, fosse alegria
Campo de trigo,
Abelha...
Mar, folha, terra,
Seria pulsação,
Uma colher de sal,
Uma colher de açúcar
Em água fervida com mel

olhos

E de comum o que temos?

Perguntou-me o estabanado...

Olhos que nada alcançam,

Ouvidos presos às pedras,

Pernas abarrotadas de memória.

Olhei para os nervos de sua retina,

Estampando o horror dos leitos de hospital

A solidão dos enfermeiros-jardineiros-faxineiros

E o que mais?

Globo de fundo de olho,

Em meu sonho,

Sendo medida, aberta, virada...

Para saber se era digna de entrar em sua sala

Mas em que meu olho difere do seu?

Nem na cor, nem no desejo,

Mas é claro, nos adornos,

De sua cabeça pequena,

Brincos, óculos, fios de cobre...

Seu olho está no seguro

O meu, falta-me vez em quando.

Eu o aperto bem, e vejo

Para onde preciso ir, número 232, 119, 415, direções da cidade

E vejo a lista, o preço do tomate

E vejo, os cabelos grisalhos, vermelhos, amarelos

Seus olhos alcançam maravilhas, castelos, campos,

Taças, cavalos, ricas mesas.

Globo, fundo de olho,

Seus olhos se abrem sobre o tempo, sem parede ou retração,

Meus olhos são como pequenos atletas: saltam, escorregam, pulam, param, e nunca descansam.

FORA SARNEY

Porque não é no povo que reside este jeitinho brasileiro,
Porque este "povo" usado e abusado por todos os lados,
Não merece tanta pornografia,
Imoralidade explícíta.....
FORA SARNEY,
O PAI,
AS FILHAS,
OS GENROS
OS NAMORADOS DAS NETAS,
e tudo que este sujeito representa,
atraso, sinismo, verniz cultural velho, casa de cupins
FORA MIL VEZES.

sábado, 3 de julho de 2010

COMO?

RACISMO
palavra concreta
lados do mar
negação polissêmica
e aqui gritam tanto
parar negar que o céu é azul
que classificação é possível?
que outra classificação?
É o Estado
é absurdo
Mas não cabe apontar o dedo
para as escolas sul africanas
basta olhar para o Jacaré
Complexo da Alemão
Mangueira
com todo o seu samba
Que ciência doutor?
por favor....

quarta-feira, 30 de junho de 2010

SENHORAS DE SENHORES

Senhoras de senhores

No mesmo quarto, outras choraram,

Antes de 1960 e depois

Dispostas sob uma lua que favorecia a percepção das tragédias

Confinamento em alguns metros

Perto da área de serviço

Um corpo negro sob um teto baixo

E eram milhares pela cidade

Que não sabiam dos sabores dos queijos

Sabiam do peso dos cavalos

E demais animais de seu mundo reduzido.

Subindo pelas escadas dia após dia,

Cumprimentavam homens e crianças

Que obrigações eram estas,

Que as traziam apenas as névoas do dia?

Que diziam nas salas, senhores inflamados de aguardente?

Que sorte era aquela

Senhores de escravos

Senhoras de senhores

Escravas de apartamento

De senhores

E milhões de dias depois,

Esposas de senhores

No mesmo quarto onde outras choraram.

Mesmo a lua repete seus avisos,

Não há quem possa desconhecer as tragédias.

terça-feira, 29 de junho de 2010

DIALÉTICA DA FAMÍLIA


Lendo dois textos deste livro e especilamente o caso de uma menina esquizofrência é impossível não fazer comparações com nossa família, nossa socialização e nossos conflitos e momentos decisivos. Filha de pais muito jovens, creio que introjetei com intensidade os valores transmitidos. Não escrevo isto de forma gratuíta para falar de ética e bons costumes. Ao envelhecer percebo initidamente meus gestos. E as vezes balanço os braços na velocidade exata em que meu pai também o faz. Sei que olho o espaço da casa como faria minha mãe e por vezes, este é mesmo um conflito (comum as mulheres de minha geração). A separação entre família normal e patológica me fez lembrar de uma família de classe média com a qual convivi por anos. Diria que da pré-adolescência até a fase adulta. Vivi aceita como uma espécie de "afilhada engraçada" para as meninas, eram 3 irmãs. A família, bastante estabilizada economicamente, tinha exatamente esta figura do pai: um engenheiro, de uma multinacional italiana, provedor. Uma casa com uma grande geladeira, sempre cheia, televisões, telefones, carros, aquários, espaços muito amplos, limpos, iluminados, casa na praia. O interessante é que havia algum ruído na interação entre os membors da família. Ressentimentos e críticas latentes, uma mãe que passava as tardes tomando água tônica, comendo batatas chips e ao telefone. Filhas bem encaminhadas e um pai visivelmente saturado por contas, insatisfações e problemas no almoço de domingo (um dos pratos inesquecíveis de domingo: macarrão com frango, milho e ovos). Os anos passaram com intensificação das contradições. Em um dos fatos marcantes, fui cúmplice em uma mentira: uma das filhas teria um encontro íntimo com seu primeiro namorado. Tudo foi descoberto e a família (incluindo tios, avós, sobrinhos, etc...) desnudou a filha que perdera a moral de confiável. Havia comparação entre as filhas. Uma bebia demais, uma era correta, a mais jovem era artista e tinha mais liberdade para ser singular. Mas não havendo casamento, não havia bençâo dos pais. Assim, uma família pode aceitar que sua filha se case com um indivíduo que conta piadas homofóbicas e tem como projeto de vida, levar 10 anos para terminar uma faculdade. Sonho dos meninos de 40 anos? Fórmula 1. Realização? kart todo sábado. Não importa que se reproduzam violências de tipos variados.
Em um dia de verão, simplesmente o pai em uma discussão desferiu um tapa (muito inesperado e nada fácil de entender) no rosto de sua filha mais velha. Estranho, crescemos em uma época onde algumas surras eram parte da "educação". Eu sabia disto. Mas nunca saiu de minha cabeça aquele caso.
Anos depois, soube por um ex-namorado de uma das meninas, que as surras existiam, que não era exatamente o que eu via.
Uma família que vivia tentando assegurar os melhores postos para suas filhas. E que poderia ver nos amigos, concorrentes em potencial ou companhias não desejáveis.
E assim pessoas se afastam, amizades acabam.
Onde está a patologia?
Mais de 7 anos depois, fiquei sabendo por um colega de faculdade que trabalhava na mesma empresa, que o provedor, admirado na família por seu posto e remuneração, era na verdade, ridicularizado pelos colegas de trabalho, chamado de tio por não modernizar seus métodos. Ou seja, um profissional medíocre, que estava no mesmo lugar durante anos.Prestes a ser demitido Mas na infância, parecia grande com posses, aquários, uma grande casa e uma moral familiar rígida.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Fusões do Brasil

  • Os Bancos Itaú e Unibanco formam agora o maior grupo financeiro do hemisfério sul. Hoje pela manhâ, em uma agência da Tijuca, Conde de Bomfim, comprovei mais uma vez a plasticidade do brasileiro. Uma improvisação de dar inveja ao técnico Dunga. Tudo fora do ar, apenas dois caixas funcionando e todos obtendo informações ali, na própria fila. Não há muito mais do que isto. Um banco fecha, outro abre, some o letreiro anterior e quem puder que se oriente para realizar suas operações. Lentidão. Estamos falando do maior grupo financeiro do hemisfério sul. Se fosse possível aplicar um critério de avaliação em relação quanto ao atendimento em comparação com outros países e bancos, em que lugar este conglomerado estaria? Perguntemos também sobre taxas, convêncios e empréstimos (todo servidor do Estado do Rio de Janeiro é obrigado a receber pelo Itaú).
    O finado Unibanco já tinha um péssimo atendimento, com seu Uniclass, Uniisto e Uniaquilo. Estas idéias estúpidas que geram 4 filas de qualificação do cliente. Golden, Golden Plus, Super Golden Plus....nem a Marselhesa dá jeito.

UMA CASA, DOIS PENSAMENTOS SOBRE MUDANÇA

O que é uma casa? Um lugar de recolhimento ou ostentação... uma informação psicanalítica fundamental? Um concreto armado de lembranças e paredes?

Uma casa é uma possibilidade de mudança.

Contradição.

Permanência

Patologia e Crença.

domingo, 23 de maio de 2010

UM EXEMPLO DE POSTURA CIENTÍFICA E POLÍTICA: FLORESTAN FERNDANDES

Em tempos sombrios, de fraudes de todo o tipo e falta de talento generalizado, é renovadora a lembrança de Florestan Fernandes. Em minha graduação por razões que desconcheço, não tive nada de sua obra, nem em sociologia, nem antropologia (e vejam que estudei raça).
Ignorância?
Tenho a a sensação de uma formação muito aquém do que é desejado para um sociólogo. Mas lembrando as limitações de meus professores que pouco produziam... o que esperar?
Por sorte não sucumbi ao horizonte limitado daquela sociologia morimbunda.

http://www.youtube.com/watch?v=BVIsapkW4RE&NR=1

sábado, 22 de maio de 2010

sobre a arte da guerra

Quais são as bases da injustiça? O quanto podemos suportar em nossas batalhas diárias? Que potência há numa revanche? Como lidamos com a decepção quando percebemos a falta de ética? Como lidamos com o poder se não nos sentimos envolvidos por sua luz fulgurante?

Eu, que já vivi tantas batalhas, fico assombrada. Mas em menos tempo, mudo a rota da ação para aceitar os golpes Por acaso, lembrei de uma cena do clássico sobre a máfia e creio que uma das razões do ´poder de Michael era sua capacidade para aceitar as perdas. Um sistema judiciário que o perseguia, um senador que o extorquia. Todo tipo de inveja e tentativa de golpe.

Algumas instituições em que trabalhamos apresentam todos estes ingredientes. Diante do coorporativismo o mérito não vale nada. Mas não faz diferença gritar por lisura. A decadência das instituições é esta mesmo: ao nomear os mais servis para os postos de poder, todos enfraquecem, a justiça foge correndo e a impotência reina soberana. As salas perdem todo significado, pois o espírito que as construiu se ausenta.

O que vale a pena em uma sala de aula é um professor. Destes que motivam os que sequer conhecem sua motiviação. Eu acredito nisto.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

UPPS

Sobre as UPPS:
As unidades de pacificação, lembram em muito, alguns projetos de segurança aplicados em outros países. Temos importado especialistas da Colômbia e até de Nova York. Minha tese ainda incipiente sobre o Rio de Janeiro, é que desde o Império, o que realmente importa não é resolvido nos lugares que usualmente são dedicados à política, como conhecemos (arenas de decisão pública, com forças em oposição).
Nas reuniões que acompanhei nas conferências de segurança pública do norte fluminense, um coronel era o representante da sociedade civil, responsável pela implantação dos gabinetes de gestão integrada de segurança. Desqualificando o discurso de pesquisadores, estava no melhor dos mundos. Sempre fico admirada de vê-los falando com tanta propriedade sobre mudança dos tempos e democracia. "Os tempos mudaram", dizem eles, agora com seus mestrados em sociologia e antropologia, quando no passado, foram braço do EStado torturador.

Nas favelas, muitos hábitos são silenciados a partir de uma noção de ordem EXTERNA. Como resposta ao clamor popular, entendo a política de Sérgio Cabral e do secretário Beltrame. Mas invadir o Borel sem um tiro?
O arranjo feito é monumental e para começar a entender (como tentativa e não certeza de sucesso) devemos enumerar: 1. interesses eleitorais em nível estadual e nacional, 2. imagem do pais no exterior- pois é preciso produzir uma percepção de que é seguro vir ao Rio em 2014 e, 3. é preciso que não se extrapole - A queda do helicóptero no Morro dos Macacos, entre outros fatos precisava de uma resposta.
Como fala Giddens, é preciso assegurar minimamente que os cidadãos possam planejar sua rotina. A UPP é uma política de estado cuja pretensão é muito superior ao que se pode executar. Mas na produção de sensação de segurança, vejam como a população escreve estar confiante com estas ações. Como o inimigo parece tão assustador, é justificado instaurar uma interdição geral nas favelas e nomear estas ações como PACIFICAÇÃO.
Como não creio na produção de paz feita pelo EStado, creio na história e seus exemplos. Em um país com uma raiz autoritária tão profunda, é compreensível que a popualação só acredite nas saídas violentas.
Mas é claro que o Rio de Janeiro torna-se daqui para frente, um laboratório para a nação brasileira. A partir da ilusão, produziremos uma mágica a ser copiada pelos resto do país.
Não será a primeira vez

sábado, 17 de abril de 2010

PROJETAR-SE


Projetar-se: recusando a idéia de destino como conseqüência de fatos incontroláveis. Assim, sobre o ponto exato de uma corda-bamba, seguimos constituindo uma biografia que está aqui e além. Se não é finita, não há derrota. Podemos voltar, refazer a estrada e indagar os sentidos destes acontecimentos. Jamais fechar-se em tristeza por um fato isolado. Se estes blocos de poder se ocupam em deter a mudança social, projetar-se é tomar a si próprio como projeto político de mudança. Pois ao contrário daqueles que buscam estes postos para reproduzir os lugares que já ocupam ou aqueles que enxergam nisto apenas uma possibilidade de bem-estar e vaidade, tomar-se como projeto de mudança social é especializar-se na compreensão fina destes tabuleiros. E entender pesos e medidas. E saber que este "não" do presente anuncia :se existe a possibilidade de deter o movimento, não existe possibilidade de impedir a mudança indefinidamente.

da potência e das projeções



Ao completar conco anos de cidade do Rio, uma semana atípica proporcionou revisitar o passado. Alguns momentos da graduação em ciências sociais - principalmente as seleções. Não é novidade que estamos em funis bastante apertados e que certos lações pessoais são históricos para ocupação de cargos. Não é novidade que no Brasil, a meritocracia não tem vez. Provei disto durante algumas vezes e mais uma vez nesta semana. Em deslocamento constante pela cidade - iniciei a semana passando pelo centro, Del Castilho, Rio Comprido, segui na terça pelo centro, Central, quarta Barra da Tijuca, Mèier, quinta Praia Vermelha, centro, Rio Comprido e sexta Valqueire, Barra da Tijuca, Central via Linha Amarela. Bem, eu vi muito da cidade e voltei ao meu tema de doutorado- um tema de sociologia urbana. Foi possível uma série de constatações "pós-facto". A mais retumbante foi sobre habitação é claro. Uma cidade pontilhada por desigualdades.
Sobre os processos seletivos, meu compromisso com mudança social tem relação com este empenho pessoal que é cada vez mais político. Seria justo ocupar estas posições. Mas hoje permanece hegemônica a formação dos grupos de poder nas Universidades. Certas bancas têm esta composição homogênea. Que potência é possível diante destes blocos?
Outro ponto:
A massa de trabalhadores formais e informais acredita na educação como caminho para melhoria da vida de seus filhos- famílias que compreendem e possibilitam esta formação. Que muitas vezes é precária- escolas estaduais. Como surgir potência?

sábado, 10 de abril de 2010

ZÉ DO CAROÇO - LECI BRANDÃO

Num serviço de auto-falante
No morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Amanhã vai fazer alvoroço
Alertando a favela inteira
Ai! Como eu queria que fosse Mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço
Pra falar de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é madeira
Mas é morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
E o Zé do Caroço trabalha
E o Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira
E na hora que a televisão brasileira
Destrói toda a gente com sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela

Esta nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Esta nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira

Num serviço de auto-falante
No morro do Pau da Bandeira
Quem avisa é o Zé do Caroço
Que amanhã vai fazer alvoroço
Vai zua com a favela inteira
Ai! Como eu queria que fosse Mangueira
Que existisse outro Zé do Caroço
Pra falar de uma vez pra esse moço
Carnaval não é esse colosso
Nossa escola é raiz, é uma madeira
Mas é morro do Pau da Bandeira
De uma Vila Isabel verdadeira
E o Zé do Caroço trabalha
E o Zé do Caroço batalha
E que malha o preço da feira
E na hora que a televisão brasileira
Distrai toda a gente com sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela

Esta nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
Esta nascendo um novo líder
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira
No morro do Pau da Bandeira

Num serviço de auto-falante...

RESPONSABILIDADE



"Nós, moradores de favelas de Niterói, fomos duramente atingidos por uma tragédia de grandes dimensões. Essa tragédia, mais do que resultado das chuvas, foi causada pela omissão do poder público. A prefeitura de Niterói investe em obras milionárias para enfeitar a cidade e não faz as obras de infra-estrutura que poderiam salvar vidas. As comunidades de Niterói estão abandonadas à sua própria sorte. Enquanto isso, com a conivência do poder público, a especulação imobiliária depreda o meio ambiente, ocupa o solo urbano de modo desordenado e submete toda a população à sua ganância. Quando ainda escavamos a terra com nossas mãos para retirarmos os corpos das dezenas de mortos nos deslizamentos, ouvimos o prefeito Jorge Roberto Silveira, o secretário de obras Mocarzel, o governador Sérgio Cabral e o presidente Lula colocarem em nossas costas a culpa pela tragédia. Estamos indignados, revoltados e recusamos essa culpa. Nossa dor está sendo usada para legitimar os projetos de remoção e retirar o nosso direito à cidade. Nós, favelados, somos parte da cidade e a construímos com nossas mãos e nosso suor. Não podemos ser culpados por sofrermos com décadas de abandono, por sermos vítimas da brutal desigualdade social brasileira e de um modelo urbano excludente. Os que nos culpam, justamente no momento em que mais precisamos de apoio e solidariedade, jamais souberam o que é perder sua casa, seus pertences, sua vida e sua história em situações como a que vivemos agora. Nossa indignação é ainda maior que nossa tristeza e, em respeito à nossa dor, exigimos o retratamento imediato das autoridades públicas. Ao invés de declarações que culpam a chuva ou os mortos, queremos o compromisso com políticas públicas que nos respeitem como cidadãos e seres humanos."

Comitê de Mobilização e Solidariedade das Favelas de Niterói
Associação de Moradores do Morro do Estado

Associação de Moradores do Morro da Chácara

SINDSPREV/RJ SEPE - Niterói
SINTUFF
DCE-UFF
Mandato do vereador Renatinho (PSOL)

Mandato do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL)
Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK)
Movimento Direito pra Quem Coletivo do Curso de Formação de Agentes Culturais Populares



terça-feira, 6 de abril de 2010

radiografia rápida

Rio de Janeiro,
águas de março fechando (ou enterrando) o verão?
Preciso fazer uma prova sobre mudança social - tenho aqui três categorias CAMPESINATO- JUVENTUDE DE 68 - OPERÁRIOS NA EUROPA.

rápida volta sobre a cidade:
96 mortes
Vejo o governador que culpa as autoridades pela tragédia - ele se refere a um ente externo.
O prefeito culpa a defensoria pública e a acusa de demagogia
o presidente está no Rio para o PAc e mostra tristeza - defende a construção de habitações -mas quantas seriam necessárias?Algo para mais de 100 mil pessoas.
A jornalista da Globo acha que ninguém deve perder a vida por um fogão. O que ela entende de viver em uma encosta e sustentar-se a partir da produção de empadas?
Mas uma vez é esta a tônica: ignorância do povo. SUJEITO - SUJEITADO aos discursos midiáticos e políticos

MUDANÇA SOCIAL
se a cultura de um grupo tem como forma de vida criar porcos e plantas.pode o EStado ao removê-las, remover seus hábitos?

sexta-feira, 12 de março de 2010

NOVA SESSÃO - HISTÓRIAS DE MULHERES

AOS MEUS QUERIDOS LEITORES
Inauguro na semana de oito de março,histórias de mulheres, histórias reais e ficções, que colhi na rua,nas casas, nos cafés, padarias, ônibus, festas de família, visita em imóveis, praças.boates,
Histórias imaginárias montadas a partir de fantasias de tipos vários...

Também teremos diálogos de todo o tipo,

Dramas de gosto duvidoso

e as vezes até indicações mais úteis

sugestões de músicas,

nenhuma dica de maquiagem e cabelo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Iolanda

Iolanda


  • não, não, ela não poderá ser chamada assim.

  • E por que não?

  • Precisamos de um nome forte, mas que traduza as fragilidades femininas....

  • Certo, obviamente Helena...

  • Claro que não, aquela emissora registrou o nome em 2017 lembra?

  • Sim, e o problema é que registrou também aquela vista da praia do Girassol, não poderemos filmar o encontro das irmãs lá.

  • bem, teremos de fazer em estúdio com algumas tomadas antigas.

  • Claro, quem notará a diferença? O que importa é o impacto dramático que o encontro deve surtir no telespectador.

  • Disto eu já tratei. A irmã da protagonista aparecerá 10 anos mais velha, cabelos compridos e desalinhados, um olhar pesado e triste.

  • Cuidado, temos de levar a cena de uma forma que tudo possa ser revertido. Afinal não queremos que a irmã da protagonista cresça na trama.

  • Isto pode ser difícil. O público esta ansioso por saber onde ela esteve nestes cinco anos, ao aparecer, chamará atenção para si.

  • E se ela morresse?

  • Não, não podemos fazer isto, ele tem de desmascarar a outra irmã, aquela que roubou tudo de nossa .... vá lá, que seja Iolanda seu nome.

  • Sim, mas isto pode ser feito através de uma carta lida por Iolanda, após saber da morte da irmã;

  • Mas seria um sofrimento desnecessário no fim da trama.

  • Mas o que é necessário? Lembre-se, estamos aqui para produzir efeitos, usar imagens, capturar o público.

  • Não, não devemos estimular tanto estas emoções, podemos perder audiência com isto.

  • Errado, você tem visto o argumento das concorrentes?

  • Sim, de gosto duvidoso.

  • Que gosto? Do que estamos falando?

  • De nosso padrão que busca entreter, educar, fornecer recursos morais sadios para nossos telespectadores.

  • E quem paga tua cobertura?

  • Sou um escritor e não um vendedor de pasta de dente. A irmã de Iolanda fica;

  • Não, claro que não seria pasta de dente, suas contas só podem ser pagas com anúncios de bancos espanhóis e vocẽ sabe que eles adorariam se a irmã de Iolanda morresse.

  • Então que demitam toda a equipe.

  • Não seria preciso, mas tudo bem, que ela viva e apareça para contar tudo sobre a grande vilã. O problema é que o público se identifica muito com a vilã que você criou.

  • Este é um grande problema... não imaginava que uma mulher de quarenta anos, que bebe meia garrafa de uísque todo dia e despreza a própria família pudesse fazer tal sucesso. Onde errei?

  • Em quem vocẽ baseou esta personagem? Alguém de sua família?

  • Não, lembra de uma antiga história de 1990 sobre uma mulher que bebia e desprezava seus filhos?

  • Sim.

  • Exato, isto nunca saiu de minha cabeça. Pensei que no dia em que tivesse total liberdade construiria esta personagem.

  • Ah, sim, então esta é sua obra-pŕima! Como daremos um fim à trama?

  • Que tal: Iolanda sabe de toda a verdade, procura a irmã, as duas conversam sobre o passado e Iolanda percebe que sua irmã não é má, mas sempre teve inveja....

  • E ninguém morre.

  • Exato.

  • Não sei não, parece muito trivial mas sem uma morte o público pode perder o interesse pelo último capítulo, precisamos de uma revelação.

  • Podemos matar a irmã desaparecida...

  • Que mudança de posição repentina, o que houve?

  • Bem, se temos de sacrificar alguém, que seja alguém que está fora da trama há mais de dois meses.

  • E quando faremos isto?

  • Como de praxe, no penúltimo capítulo.

  • E como ?

  • Um atropelamento.

  • Onde?

  • Perto da Urca.

  • Sinto aquele formigamento nas mãos...snto novamente

  • Vamos filmar

  • Iolanda e suas irmãs

  • Uma trama urbana, intensa, surpreendente.

  • Sim, e no intervalo: Bancos Corazon, modernos como você.

  • Modernos como nossa trama;

  • Surpreendente.