quarta-feira, 3 de junho de 2009

um dia no Rio de Janeiro, Rap das Armas e Wagner

Hoje, interessada na atuação de Wagner Moura, depois de ver o medíocre filme Romance, resolvi rever cenas suas no cinema e no teatro. O filme Romance tenta ser inteligente, moderno, descolado. É pretensão demais para Globo Filmes. Tenta fazer uma crítica ao mundo da televisão, parodiando quem? A própria Rede Globo. Onde existiria tanta afetação para José Wilker no papel de um diretor canastrão? Bem, a Globo Filmes tem um objetivo que já está claro: fazer cinema de entretenimento para um público que gosta de novelas e tem interesse em enredos apenas 15% mais sofisticados, importando que o elenco tenha nomes do momento, desejados pelo público. E algum Marco Nanini para segurar e enganar quem pensa que pode existir cinema por lá.
Na busca acabei encontrando Wagner interpretando o Rap das Armas- cantado no filme Elite da Tropa. Ah... mas a favela rende tudo neste Rio de Janeiro... é como fruto do coqueiro, baixo teor de gordura e muito potássio. Pois bem, da tropa que se torna de elite para cumprir de forma igualmente elitista suas missões no morro, sai o filme que escrito por oficiais igualmente bem treinados, proporciona aos atores a oportunidade de sentir o cotidiano desta tropa. Nossa, mas a favela é mesmo como fruto do coqueiro, rendeu Urso de Ouro em Berlim. Sim, pois a preparação do filme também contou com ex-traficanete que é morador de favela, mas ao contrário dos oficiais, eles não aparecem em entrevistas. A favela que rende o Rap das armas - cantado por Wagner para parodiar uma novela das oito, rende ainda isto: estreladto e risos sobre uma base de funk.
Neste momento, os bailes nas favelas estão proibidos. Quem sabe se artistas como Wagner podem cantar o rap das Armas como forma de protesto? Seria uma gentil reciprocidade.

Um comentário: