segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O ESTUDIOSO DE ENGUIAS


A pedra
A musa
A falta         
Não dita
O desejo
Invenção dos sonhos,
Solidão coroada pelos santos

Ele me punia porque me vendo sorrir
Achava meu sorriso excessivo
E gritava ao mundo
Que sua beleza era a palavra
E que meu exagero destruía seu apetite

Era tudo tão rápido
Como um espirro
Um aperto de mão entre atletas rivais
O olhar de um poeta para a tela vazia

Era tudo tão rápido
Que eu já nem sabia o que era
Se ficasse, seria musa?
Se partisse, seria Maria?

Mais uma vez nas escadas
Na mesma lama dos sonhos
Mais uma vez, e agora ainda mais tarde
A pedra
A falta
Não dita

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