segunda-feira, 20 de junho de 2011

DE CIMA SOB O FOGO




De um lado, a foto estampada do jovem doutor de taças
De outro lado, a alegria do caboclo, em seu terreiro de dança
Na mesma tarde, a barriga do comerciante, na praça lotada
E a mãe preocupada com seu pequeno filho distante

No meio de tudo,o vigilante, que com o contador, cuida do prédio
Na sala de espera, senhoras, com óculos gigantescos de ver novela

No consultório, a dona da história que entre glórias e crimes, fez fortuna
E no andar de baixo, o pasteleiro,
E logo a frente a praça, por onde passamos todos.

No alto do alto do centro da cidade, o presidente
Da comunidade científica
Artífice  de rodas mágicas e nomeações secretas

E a frente, novamente, a estrada
Dos sonhos, do desejo, dos atropelos, dos encontros
Das trombadas
Dos ganhos
Das horas de estranha agonia
Dos sábados
Das cópias de vida vivida

E se não era assim antes,
É porque não víamos
Nada se revelou.

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